Ahh com certeza a Placa Preta tem todo o seu charme... com o novo padrão nem vale a penaGeraldo. escreveu:Obrigado Ingrid. Pretendo sim, mas com o novo padrão Mercosul branco e cinza quase não tem diferença. Acho que a FBVA - Federação dos Antigos- vai acabar voltando o esquema preto/cinza, por isso, vou aguardar um tempo, antes de começar o projeto.Ingryd escreveu:Oii Geraldo, mais um trabalho sensacional no SX. Você pretende por placa preta nele?
Meus bancos eu preciso refazer o tecido, infelizmente já estão bem gastos.
Aguardo mais atualizações!
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Uno SX 1984.
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Olá, amigos do Clube do Uno!
Vou abrir um parênteses naquele trabalho no interior do Uno, porque fiz uma manutenção no carburador, devido a um problema comum, entupimentos.
Os sintomas são bastante conhecidos, o carro está andando normalmente e, de repente, ele perde a força e precisa acelerar muito para andar poucos metros.
Isso acontece porque o combustível deixa resíduos no sistema de alimentação, que ao longo do tempo, fecham os furos da flauta dos giglês. Geralmente são os da baixa.
É um problema chato, mas, dependendo, dá para resolver na estrada mesmo. Por isso, aqui, a gente anda sempre com uma lata de Carb&Choke Cleaner, um spray americano a base de cetona, próprio para limpar esse tipo de sujeira nos carburadores.
Semana passada o Uno teve um entupimento e precisou jogar o produto dentro do carburador e acelerar, para desentupir.
Agora, estou fazendo essa revisão, para ver como esta por dentro do carburador.
Desparafusei a panela do filtro de ar...
...e a parte de cima do afogador e da bóia. É uma revisão simples, então não vou tirar a peça toda.
Aqui está a flauta entupida. É nítido o resíduo fechando o furo.
Desmontei as flautas e limpei as peças por dentro.
O álcool é bastante agressivo. Apesar de o carburador ser banhado em níquel, temos vários pontos corroídos onde o metal aparece por baixo. A retífica e um novo banho, já estão na lista da restauração futura. O ideal seria uma peça nova, mas deve ser muito caro, se é que ainda tem alguma à venda.
Tirei os difusores e passei uma escova de aço, para limpar a corrosão.
(OBS, se tiver limalha de corrosão na peça, precisa escovar na bancada, pois os fragmentos podem cair no coletor.)
Montei as flautas, giglês, difusores e borrifei o produto dentro dos vários canais do carburador, para não ficar nenhuma sujeira. Não sei nas outras cidades, mas aqui esse spray vende nas autopeças.
A tampa do afogador de volta.
Esse carburador é um Weber 460, 20/22, versão nacional dos "Bologna" usados no 147 Rallye e adaptados para álcool. Ele é bastante sofisticado, com duplo estágio progressivo, sensores de vácuo, e dutos de água quente na base e no corpo.
Quando tudo está 100%, ele responde, sozinho, pelos 11CV que o SX 1.3 tem a mais que o CS 1.3. (71 CV X 60CV) Além do Uno SX, o Mille Brio e os 1.5 R também usavam esse modelo de carburador.
No fundo, acho o que a Fiat devia ser mais generosa na preparação, colocando logo o Fiasa 1.4 do Oggi CSS. Com 78 CV ia ser ótimo. Certamente eles pensaram mais na economia, ao colocar o conjunto mecânico do Rallye...
Vou abrir um parênteses naquele trabalho no interior do Uno, porque fiz uma manutenção no carburador, devido a um problema comum, entupimentos.
Os sintomas são bastante conhecidos, o carro está andando normalmente e, de repente, ele perde a força e precisa acelerar muito para andar poucos metros.
Isso acontece porque o combustível deixa resíduos no sistema de alimentação, que ao longo do tempo, fecham os furos da flauta dos giglês. Geralmente são os da baixa.
É um problema chato, mas, dependendo, dá para resolver na estrada mesmo. Por isso, aqui, a gente anda sempre com uma lata de Carb&Choke Cleaner, um spray americano a base de cetona, próprio para limpar esse tipo de sujeira nos carburadores.
Semana passada o Uno teve um entupimento e precisou jogar o produto dentro do carburador e acelerar, para desentupir.
Agora, estou fazendo essa revisão, para ver como esta por dentro do carburador.
Desparafusei a panela do filtro de ar...
...e a parte de cima do afogador e da bóia. É uma revisão simples, então não vou tirar a peça toda.
Aqui está a flauta entupida. É nítido o resíduo fechando o furo.
Desmontei as flautas e limpei as peças por dentro.
O álcool é bastante agressivo. Apesar de o carburador ser banhado em níquel, temos vários pontos corroídos onde o metal aparece por baixo. A retífica e um novo banho, já estão na lista da restauração futura. O ideal seria uma peça nova, mas deve ser muito caro, se é que ainda tem alguma à venda.
Tirei os difusores e passei uma escova de aço, para limpar a corrosão.
(OBS, se tiver limalha de corrosão na peça, precisa escovar na bancada, pois os fragmentos podem cair no coletor.)
Montei as flautas, giglês, difusores e borrifei o produto dentro dos vários canais do carburador, para não ficar nenhuma sujeira. Não sei nas outras cidades, mas aqui esse spray vende nas autopeças.
A tampa do afogador de volta.
Esse carburador é um Weber 460, 20/22, versão nacional dos "Bologna" usados no 147 Rallye e adaptados para álcool. Ele é bastante sofisticado, com duplo estágio progressivo, sensores de vácuo, e dutos de água quente na base e no corpo.
Quando tudo está 100%, ele responde, sozinho, pelos 11CV que o SX 1.3 tem a mais que o CS 1.3. (71 CV X 60CV) Além do Uno SX, o Mille Brio e os 1.5 R também usavam esse modelo de carburador.
No fundo, acho o que a Fiat devia ser mais generosa na preparação, colocando logo o Fiasa 1.4 do Oggi CSS. Com 78 CV ia ser ótimo. Certamente eles pensaram mais na economia, ao colocar o conjunto mecânico do Rallye...
- fiatwill
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Cara, eu não passaria a escova de aço com o corpo instalado. A limalha cai nos venturis e vai direto pro motor, não é "saudável" isso não...
E eu tenho uma dica pra você (caso já saiba, desconsidere rsrs), olha nessa foto abaixo, um parafuso sextavado bem grande na entrada de combustível:
E eu tenho uma dica pra você (caso já saiba, desconsidere rsrs), olha nessa foto abaixo, um parafuso sextavado bem grande na entrada de combustível:
Removendo ele, tem um filtro pequenininho, que no seu caso deve estar sujo. Seria uma boa tirar ele pra limpar, vai te ajudar bastante com essas surpresinhas.Geraldo. escreveu:
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Sim, Fiatwill, você tem razão, vou colocar um alerta para isso na postagem.fiatwill escreveu:Cara, eu não passaria a escova de aço com o corpo instalado. A limalha cai nos venturis e vai direto pro motor, não é "saudável" isso não...
E eu tenho uma dica pra você (caso já saiba, desconsidere rsrs), olha nessa foto abaixo, um parafuso sextavado bem grande na entrada de combustível:
Removendo ele, tem um filtro pequenininho, que no seu caso deve estar sujo. Seria uma boa tirar ele pra limpar, vai te ajudar bastante com essas surpresinhas.
No caso, esse carburador já foi escovado na bancada em outras manutenções, então quase não tinha limalha dessa vez. Mas, cuidado nunca é demais.
Quanto ao filtro, já tinha visto. Fica a dica para o pessoal!
Abraço,
Geraldo.
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Depois daquela revisão no carburador do Uno, foi a vez de conferir e regular o sistema de ignição/distribuição do platinado. Aqui, no motor Fiasa, ainda usa esse sistema antigo, que era padrão na época, já que a ignição eletrônica vinha como opcional.
A maioria dos compradores optava pela I.E. mas por algum motivo esse comprador não fez a opção, e o SX apesar de ser o Uno mais equipado da época, veio com platinado e assim ficou.
Explicando rapidamente o funcionamento desse sistema para quem não conhece. O platinado é uma mola em “U” com dois contatos nas pontas. Ela fica apoiada num eixo giratório, com quatro saliências sincronizadas, com os quatro cilindros. Quando uma saliência passa pela mola, empurra e fecha o contato. A corrente acumulada na bobina passa, e vai para a vela, a qual o rotor está fazendo contato na tampa do distribuidor.
Quando a saliência passa, a mola abre e o contato fica interrompido, enquanto a bobina recarrega. Assim sucessivamente, no ritmo da rotação do motor.
Apesar de ser inteiramente mecânico o sistema funciona bem, mas exige manutenções periódicas para regulagem e limpeza dos contatos.
Retirando a tampa do distribuidor, temos o rotor, em cima, e o platinado à direita.
O platinado. Dá para ver os contatos desgastados pela corrente elétrica.
A solução rápida seria lixar ou limar os contatos para remover o óxido. Como a peça está bem usada, troquei por uma nova.
O platinado na caixa.
O rotor também precisa limpar. Contato de latão oxidado.
E os contatos de cobre na tampa do distribuidor também.
[/url]
Colocando o novo platinado e regulando o afastamento dos contatos. Com o desgaste do encosto, eles tendem a ficar cada vez mais próximos. A distância varia de acordo com o modelo do motor. Aqui usamos 0.30 mm. O padrão é dado por um gabarito em forma de lâmina.
A tampa do distribuidor montada.
]
E esse é o canivete de gabaritos.
Como estava dizendo, o platinado é um sistema bem antigo, a maioria dos mecânicos de hoje nem sabe o que é, mas se souber dar manutenção, não falha.
O maior problema é encontrar bons platinados nas auto-peças. A Bosch continua abastecendo o mercado, mas a qualidade não é das melhores. Na hora de comprar tem que escolher o que está na melhor condição. Poucos são os que vêm com os contatos perfeitamente alinhados...
A maioria dos compradores optava pela I.E. mas por algum motivo esse comprador não fez a opção, e o SX apesar de ser o Uno mais equipado da época, veio com platinado e assim ficou.
Explicando rapidamente o funcionamento desse sistema para quem não conhece. O platinado é uma mola em “U” com dois contatos nas pontas. Ela fica apoiada num eixo giratório, com quatro saliências sincronizadas, com os quatro cilindros. Quando uma saliência passa pela mola, empurra e fecha o contato. A corrente acumulada na bobina passa, e vai para a vela, a qual o rotor está fazendo contato na tampa do distribuidor.
Quando a saliência passa, a mola abre e o contato fica interrompido, enquanto a bobina recarrega. Assim sucessivamente, no ritmo da rotação do motor.
Apesar de ser inteiramente mecânico o sistema funciona bem, mas exige manutenções periódicas para regulagem e limpeza dos contatos.
Retirando a tampa do distribuidor, temos o rotor, em cima, e o platinado à direita.
O platinado. Dá para ver os contatos desgastados pela corrente elétrica.
A solução rápida seria lixar ou limar os contatos para remover o óxido. Como a peça está bem usada, troquei por uma nova.
O platinado na caixa.
O rotor também precisa limpar. Contato de latão oxidado.
E os contatos de cobre na tampa do distribuidor também.
[/url]
Colocando o novo platinado e regulando o afastamento dos contatos. Com o desgaste do encosto, eles tendem a ficar cada vez mais próximos. A distância varia de acordo com o modelo do motor. Aqui usamos 0.30 mm. O padrão é dado por um gabarito em forma de lâmina.
A tampa do distribuidor montada.
]
E esse é o canivete de gabaritos.
Como estava dizendo, o platinado é um sistema bem antigo, a maioria dos mecânicos de hoje nem sabe o que é, mas se souber dar manutenção, não falha.
O maior problema é encontrar bons platinados nas auto-peças. A Bosch continua abastecendo o mercado, mas a qualidade não é das melhores. Na hora de comprar tem que escolher o que está na melhor condição. Poucos são os que vêm com os contatos perfeitamente alinhados...
- fiatwill
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Poxa, eu jurava que ele tinha ignição eletrônica só por ser um SX rsrs.
- Triade Psi
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Que tópico prazeroso de leitura. Passei pelas 23 páginas e nem percebi...
Geraldo, parabenizo você por tanta dedicação e cuidado com o Uno, e em dividir conosco, de forma didática, todo seu conhecimento e intervenções.
Grande abraço
Geraldo, parabenizo você por tanta dedicação e cuidado com o Uno, e em dividir conosco, de forma didática, todo seu conhecimento e intervenções.
Grande abraço
Fiat Uno S 1991
- Geraldo.
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Nem me fale...fiatwill escreveu:Poxa, eu jurava que ele tinha ignição eletrônica só por ser um SX rsrs.
- Geraldo.
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Muito obrigado pela leitura, Triade. É bom dividir isso com quem aprecia o Uno também!Triade Psi escreveu:Que tópico prazeroso de leitura. Passei pelas 23 páginas e nem percebi...
Geraldo, parabenizo você por tanta dedicação e cuidado com o Uno, e em dividir conosco, de forma didática, todo seu conhecimento e intervenções.
Grande abraço
Abraço,
Geraldo.
- wallaceparaizo
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Acompanhando esse belo exemplar. Aprecio esse esforço para tentar resgatar a história do veículo. Geraldo muito bom esse trabalho no carburador.. Um dia crio coragem p mecher.
Garagem: Uno S 1.3 1989/1990 - Frente alta